quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Prémio "Somos muito à frente numas coisas, mas há outras em que deixamos sair o grunho que habita dentro de nós cá para fora!"

Pois este maravilhoso prémio vai direitinho para as mãos da supervisora lá da parvónia que é o trabalho, porque, há que dizer a verdade, a mulher tem umas tiradas que mais valia subir ao último andar e atirar-se para o meio dos cactos.

As mais comuns são as piadolas com os pretos, nomeadamente, e já estão mesmo a ver, com os colegas do escritório.

Lá no call center somos uma data de cromos: ele é espanhóis, portugueses, franceses, sul-americanos, enfim, uma salada russa. Por acaso, nem tanto, que o russo foi no primeiro dia e nunca mais lá meteu os costados.

Ora a gente, no cu da Europa que é Portugal, estamos habituados a ver mulatos desde o berço: amigos do bairro, colegas da escola, os vizinhos do lado, professores, a senhora da Biblioteca, colegas da Faculdade, de trabalho, enfim, é o mais normal.

Logo, para nós, tugazitos, chegar ao posto de trabalho e ter um colega do norte de África ao lado e no nosso grupo uma colega espanhola mas cujos pais nasceram na Guiné, é a coisa mais normal do mundo, e o mesmo é dizer que, dos 6 que entrámos, uma é portuguesa (moi même), outra de Bilbao, outro de Valência, outro da Venezuela e outro de Arroyomoliños.

Mas para a supervisora não... logo se lembrou a criatura de passar ao pé dos novos e, de toda a variedade de comentários que poderia fazer, saiu-se com o "ó que giro, já temos mais um negrinho no grupo!" (ó senhora, caray!)

Ganhou uma poker face à la Lady Gaga, enfim.

No grupo ainda mais novo, temos um desgraçado, que alia o ser café com leite a ser português e a ter um nome começado por H, vogal que os espanhóis têm uma forma muito particular de pronunciar, geralmente lançando nuvens de cuspo em toda a volta.

Comentário da chefa: "ó que giro, vamos ter mais outro negrinho no grupo!"

Que foi consideravelmente melhorado pouco depois, quando os novinhos se meteram ao lado dos outros, e duas mini-caramelas se meteram entre mim e o S. (o gajo do lado esquerdo) e ganharam um "ó, ele é assim preto mas não morde!" o que fez a parva da mulher ganhar uma poker face à la Lady Gaga, mas no dia em que ela se virou para o outro lado e foi ao grego...

Com esta deixa, ensinei aos coleguinhas de habla española o significado da palavra "grunho", que eles muito apreciaram, para juntar a "agrião" e "fessureiras" (ok, eu uso a palavra fessureiras para descrever as gatas cá de casa!)

Ah e tal os espanhóis têm a Chueca e não lhes faz espéce ver gajos e gajas agarrados e aos melos, mas uma pessoa com um bocado de carapinha já é muita areia para conseguirem digerir e não conseguirem parar com as piadolas parvas.


Bónus da coisa: piadola da minha colega N., preta:
ela diz que, geneticamente, a raça tem uns níveis de glóbulos brancos mais altos, e o que é perfeitamente normal nela, numa pessoa branca é uma anemia "ai jazuz!".
Vai daí, quando estava grávida da filha, telefonam-lhe com muita urgência do centro de saúde "Ah e tal, tem de vir cá com urgência", "Mas porquê?", "Ah e tal, venha, venha, que tem de ser!".
Chega lá a rapariga, aflita e sem saber de nada, o médico olha para ela e comenta "Mas você é negra!". Tipo, "pois sou!". "Mas você chama-se N. ... coiso... dez!" (nome típicamente espanhol). "Então e queria que me chamasse o quê? Abubadubabu???"

(a sério, se apontam que a avó materna era bipolar e o pai borderline e diabético, por que carga de água não irão apontar um pormenor destes?)



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