segunda-feira, 8 de março de 2010

O fim de Lizzie.

“Uma antiga namorada disse uma vez que eu tinha o ar de quem passou algum tempo no inferno e está ainda um pouco chamuscado; mas era mais comum dizerem-me que tinha um aspecto felino.
A descrição não me desagradava.
Alto, magro, de olhos azuis, rosto de traços felinos. Suponho que as mulheres sempre me acharam bem parecido, ainda que o ar de ter passado algum tempo no inferno fosse um pouco inquietante. Mas as mulheres gostam de sentir medo.”

“O fim de Lizzie”, de Ana Teresa Pereira.

Foi este o pequeno excerto que me revirou a cabeça e acelerou o sangue.
“Há qualquer coisa em ti que não compreendo”.
Talvez compreenda um pouco, afinal.
Porque há qualquer coisa em ti que me é estranhamente familiar.
Como se já cá estivesse.
Como se já fizesse parte de mim.
Desde sempre.
Desde antes de tudo.
Os pontos só se conseguem ver quando olhamos para trás. Talvez daqui a algum tempo olhe para esse momento e perceba como se encaixou perfeitamente na cronologia dos meus dias.
Tenho um livro dela na estante há anos, oferta de uma leitora ávida, a Z., que teve a intenção de partilhar este mundo mágico comigo.
Peguei-lhe algumas vezes, e logo o larguei.
Eu, que não sou capaz de recusar um livro!!
Dizem que há uma época para tudo.
Creio que tenha sido isso.
Agora é a época da Ana Teresa Pereira.
A minha, talvez.
Sinto que sou capaz de devorar todos os livros!



3 comentários:

Elisabete Rodrigues disse...

Há anos que estou rendida aos seus livros. Welcome to the club!E sim. tenho todos os livros sempre procurados obecessivamente!

Elisabete Rodrigues disse...

Há anos que estou rendida aos seus livros. Welcome to the club!E sim. tenho todos os livros sempre procurados obecessivamente!

marta, a menina do blog disse...

Li-o em apenas horas, sublinhei-o, e já o estou a ler outra vez.

Quase apresentei reclamação na Biblioteca local porque têm pázadas de livros da Margarida Rebelo Pinto, e desta só têm um!!!!!