O nosso Gatão já era velhote quando foi recolhido da rua.
Estava doente e não tinha cura, apenas um tratamento à base de cortizona que o deixava melhor e capaz de se alimentar sem incómodo.
Era o protector dos gatitos lá do abrigo, e os mais pequenos venerávam-no e andavam sempre atrás dele.
Vinha sempre receber-nos, quando chegávamos, com miados de boas vindas e muitas roçadelas nas pernas.
Andava atrás de toda a gente, como que a tomar conta de nós.
Por causa do contágio da sua doença aos outros gatos, tinhamos um sistema: o Gatão ficava num quarto separado, com comida e água separadas.
Durante o dia, ficava o Gatão na casita, e os outros na rua.
À noite, ficavam os outros na casita, e o Gatão ficava cá fora.
Ele adorava!
Ontem, à tarde, não queria entrar.
Esperou até à noite e, cá fora, escolheu um cantinho sossegado e lá se ficou.
Hoje já não nos veio receber.
Resta saber que os seus últimos anos foram felizes, e que teve quem cuidasse dele e que o amasse.
Quem nos dera salvar a todos.
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