quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Ah... o ambiente de trabalho logo de manhã... Essa sarna!

Eu cá sou pessoa que gosta de despachar o trabalho de manhã e sair quando ainda está sol.

Aqui no antro dos cubículos, para alguns, trabalha-se numa semana de manhã e noutra de tarde, saindo já de noite escura.

Para outros, há horários fixos: ou de manhã, ou de tarde. Traduzindo, os lambe-botas escolhem primeiro, e os outros ficam com o que sobra, e os ainda outros (moi même incluída) alternam os turnos, que é para não terem ideias de juntar mais um trabalho, senão são postos a andar, como aconteceu com uma das miúdas novas.

O ambiente com os colegas que estão encalhados com a tarde é infinitamente melhor do que com os lambe-botas que, para mal dos meus pecados, também gostam de trabalho pela fesquinha, o que é uma grande chatice, porque enervam um bocado a paciência das pessoas, mas acaba por ter o seu aspecto positivo: há sempre material para o blog!

O tópico de hoje é a revelação das alcunhas!

Ora explicando: o nosso grupo era composto por 10 caramelos. Desses dez, um nem apareceu, o número 9 só foi ao primeiro dia de formação, 2 não entraram, 2 tinham cunha e foram promovidos assim de repente e sobrámos 4.

Será desnecessário dizer que somos todos, vá, um bocadito apanhados.

Pelo que foi fácil chegar à conclusão de que era preciso inventar alcunhas para conversar em código e animar o ambiente com piadolas parvas, que aquilo estava por demais enfadonho, e não pode ser.

Começámos com 3 a tentar falar português e uma a tentar explicar a pronúncia portuguesa.

No meio, vou ensinando expressões como "fessureira", "tafoder máizó caray" e explicando que "queres comer uma boa" não é o mesmo que "queres comer uma broa" (sim, levei broas para os colegas... há colegas de trabalhos passados que podem não se lembrar muito bem da cara da marta, mas lembram-se daquele bolo de chocolate da marta e daqueles biscoitos que a marta trouxe no Natal e do bolo de ananás ao contrário da marta...)

Depois temos uma a tentar falar espanhol e 3 a tentar explicar a pronúncia espanhola, o que me lixa um bocado, que os gajos têm uma pronúncia estranha, e aprendi da pior maneira que uma terrinha que eles têm que se chama Ametlla não se pronuncia almeja, mas quase, e que almeja é o mesmo que para nós é o mexilhão... pois... esse. Agora imaginem aqui a menina a falar destas coisas para um cliente e estarmos os quatro a morder os dedos para não rir.

Escusado será dizer que chamámos a atenção (não pela positiva...) dos outros cubículos...

Pelo meio, expressões como o nosso moto "siempre transparentes", que era um poster nos cubículos onde eu e o A. estávamos, e que era exactamente o oposto do moto da empresa em termos práticos, visto que são mais para o trafulha nos contratos de trabalho, e tratarmos-nos por "estimados compañeros", que é o que temos de escrever nos e-mails uns para os outros dentro da empresa, nem que seja para dizer "Estimados compañeros, vós sois uns figos de p*** que não querem trabalhar, ide lá sacar essa porra do paquete a reparto, mas é!"

Ah, as alcunhas!

Ora adivinhem quem é quem!

Temos a Reina de Sabá, que é a chefona aqui dos cubículos. Gosta especialmente de favorecer alguns e criar mau ambiente de trabalho entre os colegas. Correu-lhe particularmente mal o dia em que nos veio dizer que não se podia ter nada em cima da mesa de trabalho, nem telemóveis, nem café, nem bananas, nem gatos, porque vinham os senhores da nave-mãe e o sistema, curiosamente, foi-se abaixo uma hora...

Depois temos as duas supervisoras. Uma é loira, outra é morena. Uma é groupie do Alejandro Sanz, a outra tem ar de ter mais juizo. Gostam de começar as más notícias com expressões de grande alegria, como se estivessem a dar bolinhos quentes.

No grupo dos grandes sacaninhas lá do sítio, ao fundo da sala, temos o Bundão, e perceberiam porquê se o vissem, mas ele parece não perceber, a L., preocupada com o trabalho de todos e, principalmente, com o trabalho de todos, e a M., que é a sua fotocópia em português, mas com um sotaque menos estranho.

Depois, mais para o nosso lado, com um bocadinho de jeito até os levamos para caminhos mais desvirtuados, temos o Cuadriculado, que me faz lembrar um antigo supervisor que tive, que embica que só da maneira dele é que está certo, se é para ter tracinho não é para ter dois pontos, embora vá lá ter na mesma, a Van e a mini-Van (porque está de bebé...), D., uma das bichonas do poiso, com o seu leque vermelho que abanica em horas de mais stress e a S., portuguesa, florzinha de estufa, se está debaixo do ar condicionado não se queixa, mas ameaça que vai quinar quando se abre a janela lá do fundo, "ai que estou que nem posso!"

Por agora, estamos a pensar em ver quantos de nós têm gatos, que é para depois formarmos um clube, ou isso!

Gracias y un saludo!




2 comentários:

Anónimo disse...

Bem, que turminha!!!!!
Isto de trabalhar em cubicolos tem as suas vantagens e desvantagens! Vantagens: podes sempre aproveitar para fazer o que eles não querem atrás de qualquer cubiculo. Desvantagens: Não te podes distrair nem desguardar o teu bunker! A qualquer momento aparecem!
Hoje acabei de dar aulas, estou a passar a pasta durante 3 dias - ou seja - net ligada o dia inteiro só para fazer o que me der na cabeça! Larguei a turma dos meninos bonitos (os VIP's da terra), a turma dos coitados, pais agricultores, e eles não conseguem fazer melhor e a turma dos animais (completamente animais que só reagem à força de instintos). Enfim! Aguenta! Nada dura para sempre, nem o bom nem o mau!
Hasta partner!
India

marta, a menina do blog disse...

Há que tirar partido de todas as situações, e tenho tido sempre sorte com os colegas de trabalho: podem ser poucos, podemos ser só dois, mas sempre bons! O resto é cenário, vamo-nos divertindo com as coisas, e mais nada!