sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Eu cá não sou católica.

Senão, ao passar os olhos pelas notícias do dia, benzia-me e fazia o sinal da cruz. 

Ok, não sou católica, mas sou literária. Sei algumas coisas, e tive aulas de catequese quando era miúda...

Sendo mais para o lado pagão e sarcástico, podia dar-me ao trabalho de fazer um ritualzito, mas não é caso disso.

Vamos lá ver bem as coisas, que já não sei até que ponto isto são notícias, se é o pessoal que tem um estado de espírito mais para o mórbido e está-se a borrifar para a notícia em si, gosta é do aspecto telenovela-das-8h-9h-10h-11h-da-tvi da situação.

Ponto 1: O pai do Paulo Gonzo faleceu. Aparentemente, o senhor, já com alguma idade, lembrou-se, em plena Estrada de Benfica, de atravessar a estrada por DETRÁS de um autocarro da carris, levou uma traulitada de um carro que estava a passar no outro lado (coisa que não é assim tão irreal), caiu e bateu com a cabeça. Por acaso, o carro era da PSP. Por acaso, até vinha a uma velocidade normal, e quem ficou em estado de choque foi o desgraçado do polícia que apanhou com o cagaço de ver um velho não assim tão rápido a meter-se à frente do carro.

Ora o que é que as pessoas querem ouvir?

Pois que o senhor foi assassinado pela polícia!

E que o Paulo Gonzo está a receber apoio psicológico para lidar com a situação.

Ó cum catano, era uma pessoa de idade avançada, eventualmente havia de acontecer. Infelizmente, foi de uma maneira triste, mas daí a ser necessário apoio psicológico para um filho que já é um homem, estamos a cair num bocadinho de excesso, não estamos?

Ponto 2: A Adelaide Ferreira e o aborto da filha.

De que é que se fala?

Lei de Portugal, lei do Brasil, direito ao aborto e renhónhó.

Esperem...

Não sei se sou eu que sou esquisita, mas reparei nuns pormenores que me deixaram um bocado de pé atrás: uma miúda de 15 anos que deixa a escola, em Portugal, já em Setembro, vai viver para o Brasil (outro país, e do outro lado do oceano) com um namorado de 21 anos, e engravida.

É normal uma miúda de 15 anos deixar a escola porque sim e ir morar com o namorado do outro lado do mundo, ou isto não será caso para a Protecção de Menores?

É normal uma miúda de 15 anos viver maritalmente com um rapaz de 21 anos, ou isto não é, tipo, pedofilia, de acordo com a lei?

Onde é que a gente pode dar um par de estalos aqui? Na miúda, que é uma aluada (ai, tantos trocadilhos, ó Adelaide, porque foste chamar a criança de Luana?), na mãe, porque é uma inconsciente, ou na Protecção de Menores, que ainda não lhe foi bater à porta?



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