quarta-feira, 25 de março de 2015

O civismo do português comum, ou a falta dele nos transportes de Lisboa.

A mamã anda com a bebé no carrinho, muitas vezes, nos autocarros da carris. 

Se repararem, à frente, ao pé da porta de entrada, tem uns círculos azuis com as prioridades de entrada no veiculo. 

O que, em termos práticos, quer dizer que, mesmo que a mamã com o carrinho seja a primeira pessoa a estar à espera do autocarro, o português comum acha que tem de passar à frente, porque ela demora muito, já que tem de levantar e entrar com o carrinho. 

E é para ajudar a mamã?, perguntam-se vocês.

 Não, é mesmo para entrar primeiro. 

Eu ate nem me sento, vou naquele cantinho para os carrinhos, em pé. 

Alias, em termos de ajuda, posso contá-las pelos dedos das mãos, e a maioria das vezes foi oferecida por pessoas idosas e até mesmo velhotes de bengala. 

As pessoas válidas, geralmente, não oferecem ajuda, pelo contrário, até se metem na frente do caminho a pasmar na vida ou a olhar para o penteado ou o rabo da outra pessoa.

E aquelas leis novas não estão a ser aplicadas, coisa nenhuma!

 É ver a porra das velhas jarretas a abifarem-se aos lugares prioritários e ver as pessoas de muletas, crianças ou barriga de mamã em pé. 


Acho que, já que perdi a vergonha no supermercado e passei a chamar a atenção aquelas pessoas que tentam passar a frente nas filas, posso muito bem dar nas orelhas no autocarro. 

Se calhar não tanto no 96, bem vistas as coisas, mas há que ter coragem e enfrentar aquela senhora que vai para o campo grande impingir a cueca gola alta e a tanga às senhoras incautas que saem dos autocarros, depois de passar pelos CTT para ir levantar o RSI, porque se vem de autocarro (sem pagar bilhete, e a levantar a garimpa a quem lhe diz "olhe, a senhora não passou o bilhete"), é porque o audi deve estar sem gasosa, coitadinho...




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