sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Ah... o espírito da época #5989496...

Coisas de que a gente se apercebe quando anda com um carrinho de bebé. O supermercado.

Nos supermercados portugueses, temos à disposição três tipos de caixas.

A caixa normal, onde não temos prioridade e onde estamos dependentes da boa vontade e educação das pessoas que estão na fila, e que, habitualmente, vá-se lá saber, não possuem essas características.

A caixa prioritária onde, sim senhor, até temos prioridade, mas onde as pessoas ficam magicamente cegas e surdas a tudo o que se passa, nomeadamente à grávida, ao idoso, à senhora das muletas ou à do carrinho de bebé, e onde só temos realmente prioridade se abrirmos a boca ou se vier lá do outro lado um operador fixe.

Claro que, depois, temos de gramar com os olhares de esguelha e os comentários ditos para dentro, mas ide levar na real bufa, que tentar passar à frente dos outros por meter-se na fila prioritária é filhadaputice. 

E depois temos as caixas exclusivas do continente, não são cá prioritárias, e mesmo que uma pessoa tenha poucas coisas e a fila até esteja curta (e as outras enormes, estamos no Natal), lamentamos, mas estas são exclusivas e estão aqui bem à vista os desenhos.

Mesmo assim, há sempre o português comum que quer se mais exclusivo e doutor do que todos os outros, e quer passar à frente do prioritário que já lá está, mesmo que seja só um, como aquela senhora de ontem, que reclamou com a desgraçada da operadora porque, ok, eu tinha a bebé, mas a outra senhora não tinha prioridade coisa nenhuma.

A outra senhora, de facto, era a minha sogra, e estava a ajudar-me (acompanhar-me...) com as compras. E por acaso até tem uma prótese na bacia.

A gaja com os maus fígados não tinha bengala, não tinha bebé e não tinha sequer barriga.

Se por acaso, até estava grávida, devia ser para aí de meia hora, e a cambalhota não lhe correu de feição.


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