segunda-feira, 8 de junho de 2015

A psicanálise deu-me cabo dos contos de fada.

Quando andava na faculdade, tive de ler um livro sobre a psicanálise dos contos de fadas.

Era um livro bastante escandaloso porque o senhor, basicamente, levava tudo para a cueca, e chegava-se ao fim da obra menos com a sensação de estarmos esclarecidos acerca do tópico e mais com a sensação de que o senhor tinha fugido da casa de malucos que estudava casos freudianos.

A modos que uma pessoa fica com a percepção do mundo da fantasia da nossa infância um bocado alterada, depois de passar por um teste de vida destes, e foi o que aconteceu quando, um dia destes, depois de muitos, muitos anos, dou comigo a cantarolar as pombinhas da Catrina à baby plum e aquilo começa a soar-me mais a Fifty Shades de Catrina...

Começamos logo com as pombinhas da moça, que andam de mão em mão.

Ora, cá na terra, pombinha é um termo que se usa para as partes fodengas de uma senhora, utilizado principalmente por senhoras mais tímidas ou púdicas, ou octogenárias, como a minha tia-avó, além de outras expressões, também bastamente usadas por ela, como pechenaica, pachacha, pardalita, pardaloca ou pardala.

Já os senhores são um bocadinho mais brutos e chamam pachacha ou c***, a não ser que se estejam a referir às suas filhotas, e aí lá sai um pipizito.

Mas vagina, por estes lados, só calha mesmo ao médico, salvo seja.

Pronto, lá andaram a passear, foram aqui, foram ali, tudo na maior.

Depois, a mãe da moça manda-a à fonte, e a desgraçada parte a cantarinha, uma inequívoca referência ao "partir a bilha", expressão sobejamente conhecida em território português.

O que deve querer dizer que a rapariga deve ter algum problema em fechar as pernas, de acordo lá com o senhor do livro, que me deu cabo da mística popular infantil, e foi por causa disto que passei antes para "todos os patinhos sabem bem nadar", na esperança de não me cruzar com nenhum trocadilho à Rosinha...



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