quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Black Friday...

Sabem, aquele feriado típico português, que é tradição desde os nossos trisavós e que toda a gente celebra fervorosamente?

Pois, esse.

Ora por estes lados, uma pessoa gosta de celebrar o que lhe dá na galheta, tem curiosidade com o que os outros celebram, e acha que cada um na sua, todos na boa, e ninguém se chateia.

Uma das celebrações com as quais simpatizo, por acaso, é o bem recentemente celebrado (ou mais ou menos, ou avidamente criticado) Halloween, não propriamente a parte do gastar o ordenado em doces (que quem celebra o Pão por Deus também o faz), mas a parte dos gatos e das abóboras e das bruxinhas, e aquelas particularidades que já vem desde o tempo dos nossos antepassados Lusitanos.

Sim, esses que já cá estavam antes dos Romanos, e antes do Cristianismo e da horda de padres e, pasmem... do Pão por Deus!

De modos que se me torciam um bocado as entranhas quando via aquelas alarvidades que as pessoas acham que têm de espalhar na net, uma é que é a nossa tradição e a outra é uma coisa do Demo consumista (devem ser pessoas que no Natal não se matam nos supermercados para poder mostrar aos parentes que dão mais e melhores prendas...), quando, amiguinhos, podem estar aí muito bem, eu não os chateio, mas deixem-me na minha.

Nestes últimos dias, tenho sentido um estranho silêncio e falta de críticas sanguíneas em relação à celebração próxima da Black Friday, como se já fizesse parte do nosso calendário litúrgico, que afinal mais fervorosamente seguido pelo português comum do que se pensava, aquele que diz mal dos vizinhos e que estaciona onde não deve e que arrasta a asa à menina da pastelaria com a esposa aborrecida a olhar para os biscoitos que quer levar para aquela tia velhinha que brincava com ela em miúda.

Pelo contrário, até tenho visto bastante entusiasmo na pré-celebração, já não é só o Black Friday, é a Black Week, é ver as lojas a meterem cartazes e tabuletas.... e a meter o mesmo preço mas a dizer que é da promoção.....

Mais divertido ainda, é ver os americanos na quinta-feira a celebrar o Thanksgiving, na teoria a agradecer o que têm, mas na prática a trazer para a mesa da refeição de família aquelas discussões que fazem com que não se falem o ano inteiro, e depois no dia seguinte a andarem à pantufada nas lojas por causa das coisas que afinal ainda querem ter, como uma par de sapatilhas da Nike e aquela televisão mini para ligar no isqueiro do carro.

Isto só para avisar que o pisca gasta a mesma coisa que o farol de nevoeiro, não percebo porque é que por estes lados gostam de andar com os carros a luzir como uma árvores de Natal, mas ligar o pisca para avisar para que lado vão virar, já é energia a mais para a voiture, caragos!


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