sexta-feira, 27 de maio de 2022

Olá 2022! Olá blog! Vamos arrumar isto?

 

Ora cá estamos, mas por pouco tempo.
Então..... isto não está vida para gerir uma data de blogs ao mesmo tempo, por muita vontade que tenham as respectivas pessoas que vivem na minha cabeça, ou se calhar era vida para há dez anos atrás, mas agora nem por isso...

Continuo a gostar de escrever (e de comprar cadernos e esferográficas giras) e de tirar fotografias?
Ó sim, claro que gosto!

Mas cá tempo para andar a explorar a blogosfera com a mesma genica de antes... nem por isso.

Então e que tal chegar a um meio termo e ter tudo num só blog, marta maria, que tal?

Ok, então vamos tentar!!

Está em obras, vamos ver se lhe mexo antes de passarem dois anos:

https://blackplumcottage.blogspot.com




(papoilas e vinhas, algures na zona oeste, ali para os lados da Ventosa, com sorte via-se ali ao fundo a Quinta da Capa Rosa)


quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Nunca se acaba a aprendizagem.

Há sempre mais coisas interessantes para descobrir! 

Este chegou na Lua Cheia de 1 de Outubro, o que parece ser um prognóstico bastante favorável, até porque acabei de me tropeçar e de me inscrever numa Bolsa de terrenos disponíveis da Câmara Municipal cá do sítio para fazer uma horta comunitária e para arrastar os pobres petizes da escola para o meio da terra e das minhocas, depois de levar uma nega da junta, segundo a qual, não dispõem de terrenos disponíveis ou em condições... no meio do campo!

Torçam pela ideia, que até é bastante simpática!

(se ficam de pé atrás por ter a palavra witch ali, fiquem a saber que tenho um outro livro muito interessante acerca de aventuras de plantas ao longo do ano num convento com freirinhas muito simpáticas e sorridentes, e que diz muitas coisas parecidas... enfim, venham os técnicos esclarecer estas coisas).






 

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Então, quem é que já estava a dar em maluca com as configurações novas do blogger?

Eu estava!

E já nem devem ser novas, já há OUTRAS novas para me dar cabo dos poucos neurónios que ainda não se faiscaram, porque entrei aqui e está tudo ao avesso, vamos lá a ver se alinho nisto ou se volto aos tempos do século XX e escrevo antes cartas ao director do jornal local a reclamar que as ovelhas do vizinho fazem barulhos de ovelha logo ao amanhecer. E à mão!

Qualquer dia tenho de pedir ajuda às crianças para conseguir meter uma posta no blog!



 

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

O tempo de acordar.

Eu sei, uma pessoa bem se tenta desdobrar em 5 ou 6 ou 653756734, mas não dá para tudo, e o pobre do blog é que sofre. Acho que a culpa é do facebook e do raio dos memes e dos memes do Witcher ó balha-me deus, deslarguem-me!

De modos que, estando na terra nova e na casa nova há já um ano e meio, fartei-me de andar com os tarecos de um lado para o outro, é o "aqui a luz é melhor", o "onde é que deixei as canetas desta vez?", o "ó cum catano, já não sinto as nalgas de estar sentada aqui no chão!" e já informei o gajo cá de casa que quero a mesa instalada no canto aqui ao lado do Igor... Ivar... olha, o Quasimodo!, que é para ter a minha caixa de madeira com gavetas fofinha do Ikea cheia de cadernos com histórias (que agora estão umas no armário do quarto das arrumações, outras no arquivo no outro armário e outras em CAIXAS na GARAGEM!!), as parvoíces que gosto de meter na agenda, as pesquisas de Egiptologia, Idade Média, genealogia, plantas venenosas e outras que nem por isso, fotos do pinterest com aqueles projectos que, UM DIA!!, hei-de conseguir fazer e, basicamente as canetas à mão, o rabo bem sentado numa cadeira e a luz certa para me concentrar.

Me aguardem!

(mudei a configuração do blog e estive dois meios séculos a tentar perceber em que botão podia carregar para conseguir meter uma posta actualizada sem mandar esta cena toda pastar para os infinitos. Boa sorte!)


quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Black Friday...

Sabem, aquele feriado típico português, que é tradição desde os nossos trisavós e que toda a gente celebra fervorosamente?

Pois, esse.

Ora por estes lados, uma pessoa gosta de celebrar o que lhe dá na galheta, tem curiosidade com o que os outros celebram, e acha que cada um na sua, todos na boa, e ninguém se chateia.

Uma das celebrações com as quais simpatizo, por acaso, é o bem recentemente celebrado (ou mais ou menos, ou avidamente criticado) Halloween, não propriamente a parte do gastar o ordenado em doces (que quem celebra o Pão por Deus também o faz), mas a parte dos gatos e das abóboras e das bruxinhas, e aquelas particularidades que já vem desde o tempo dos nossos antepassados Lusitanos.

Sim, esses que já cá estavam antes dos Romanos, e antes do Cristianismo e da horda de padres e, pasmem... do Pão por Deus!

De modos que se me torciam um bocado as entranhas quando via aquelas alarvidades que as pessoas acham que têm de espalhar na net, uma é que é a nossa tradição e a outra é uma coisa do Demo consumista (devem ser pessoas que no Natal não se matam nos supermercados para poder mostrar aos parentes que dão mais e melhores prendas...), quando, amiguinhos, podem estar aí muito bem, eu não os chateio, mas deixem-me na minha.

Nestes últimos dias, tenho sentido um estranho silêncio e falta de críticas sanguíneas em relação à celebração próxima da Black Friday, como se já fizesse parte do nosso calendário litúrgico, que afinal mais fervorosamente seguido pelo português comum do que se pensava, aquele que diz mal dos vizinhos e que estaciona onde não deve e que arrasta a asa à menina da pastelaria com a esposa aborrecida a olhar para os biscoitos que quer levar para aquela tia velhinha que brincava com ela em miúda.

Pelo contrário, até tenho visto bastante entusiasmo na pré-celebração, já não é só o Black Friday, é a Black Week, é ver as lojas a meterem cartazes e tabuletas.... e a meter o mesmo preço mas a dizer que é da promoção.....

Mais divertido ainda, é ver os americanos na quinta-feira a celebrar o Thanksgiving, na teoria a agradecer o que têm, mas na prática a trazer para a mesa da refeição de família aquelas discussões que fazem com que não se falem o ano inteiro, e depois no dia seguinte a andarem à pantufada nas lojas por causa das coisas que afinal ainda querem ter, como uma par de sapatilhas da Nike e aquela televisão mini para ligar no isqueiro do carro.

Isto só para avisar que o pisca gasta a mesma coisa que o farol de nevoeiro, não percebo porque é que por estes lados gostam de andar com os carros a luzir como uma árvores de Natal, mas ligar o pisca para avisar para que lado vão virar, já é energia a mais para a voiture, caragos!


segunda-feira, 24 de junho de 2019

Rúbrica "Marta, larga os mortos" #56465746...

França Borges - Sobral de Monte Agraço

Coloco esta pequena pesquisa aqui disponível a quem possa interessar. Se há alguma página específica de informação genealógica do Sobral de Monte Agraço, terei também todo o gosto em partilhar. Tenho as certidões em pdf e posso enviar. Agradeço qualquer informação que possam acrescentar.

Comecei a pesquisa neste ramo da família França por Dona Cândida da Conceição França Borges, madrinha física de Dona Maria França. Digo isto porque, de acordo com a sua certidão de Baptismo, a Madrinha foi Dona Maria Clementina Alves Estrela, viúva , moradora em Lisboa e ocasionalmente na Villa de Collares, representada por procuração por Dona Cândida, residente no Sobral e sua tia paterna.
Não sei se terá residido eventualmente com a Madrinha, uma ou outra, em alguma fase da sua vida, calculo que em alguns periodos, aquando do falecimento da sua mãe, para ter um modelo feminino, ou após o falecimento do pai, por se encontrar sozinha, já que não se encontra qualquer registo de que tenha casado ou tenha tido filhos (pela informação que tenho, em 1916 tinha 37 anos e era ainda solteira, regressando em a 24 de Julho de 1919 da França, onde esteve ao serviço do CEP).
Dona Cândida da Conceição França (Borges) nasceu na freguesia de São Salvador do Mundo, no Sobral de Monte Agraço, a 22 de Agosto de 1837. Casou em Lisboa, na freguesia de São Sebastião da Pedreira, Lisboa, a 15 de Fevereiro de 1868 com António Ribeiro Borges, logista e proprietário no Sobral, que nasceu a 17 de Novembro de 1815 na freguesia de Meda dos Mouros, Tábua, Distrito de Coimbra e faleceu no Sobral em 3 de Março de 1896 com 80 anos. Era 20 anos mais velho que a esposa e casaram, ela com 30 anos e ele com mais de 50, sendo já viúvo de uma senhora Dona Maria Amália da Conceição, falecida também no Sobral.
Em 14 de Maio de1880, data de baptismo de Dona Maria França, residia no Sobral.
António Ribeiro Borges era filho de José Borges e de Josefa Ribeiro, de Meda dos Mouros, neto paterno de Manoel Borges e de Maria Nunes, de Passados de Mouronho, creio, e materno de José Ribeiro de Pereira e de Ritta Maria de Mouronho.
Dona Cândida era filha de José Christóvão França, médico-cirurgião, da freguesia de Senhora das Dores de Rabaçal, Coimbra e de Dona Marianna de Jesus Dias França, casados a 24 de Novembro de 1836 na freguesia de São Lourenço de Carnide, Lisboa, e irmã de, pelo menos, Dona Isabel Maria da Conceição França e do Dr Inácio França, nascido no Sobral a 18 de Outubro de 1848 e pai de Dona Maria França e do Dr Carlos França.
Dona Cândida era neta paterna de João Cristóvão e Joanna Victória e materna de José Dias da Silva e de Anna de Jesus, do Sobral. Encontrei também como filho deste último casal, tio de Dona Cândida, José Egídio Dias.
Foi mãe de António Victorino França Borges, escritor, jornalista, repúblicano e maçon, fundador do jornal “O Mundo” em 1890, que dirigiu até à data da sua morte, nascido no Sobral em 10 de Janeiro de 1871 e falecido de tuberculose num sanatório em Davos-Platz, na Suiça, em 5 de Novembro de 1915, sendo sepultado no Cemitério do Alto de São João a 19 de Novembro de 1915. Foram padrinhos de baptismo de António Victorino o avô materno, José Chistóvão França e a tia materna, Dona Isabel Maria da Conceição França. Como não deixou herdeiros, pelo que encontrei na net, a casa de seus pais, que herdara, passou para o seu irmão José Cristóvão França Borges, comerciante no Sobral, que foi pai, por mãe ou mães incógnitas (ainda não consegui descortinar, embora tenha lido que registou estes dois filhos na Câmara do Sobral em 28 de Setembro de 1910, uma semana antes da revolução do 5 de Outubro) de José Cândido França Borges, nascido em Lisboa em 1902, e de António Victorino França Borges, nascido em Lisboa em 8 de Maio de 1901 e falecido em Lisboa em 1989, militar e político, que foi Presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras entre 1932 e 1934, Governador da Madeira em 1958, e Presidente da Câmara Municipal de Lisboa entre 1959 e 1970, sendo, ao contrário do seu tio paterno, de quem foi herdeiro de bens e do nome, apoiante do regime ditatorial.
Se alguém puder acrescentar mais informação, agradeço!




quarta-feira, 29 de maio de 2019

Rúbrica As Portuguesas mais desconhecidas de sempre - D. Mahaut de Sabóia.

Em termos básicos, a Idade Média Portuguesa é cheia de pequenos acontecimentos quotidianos perdidos no esquecimento, mas o simples facto de se nascer mulher na Idade Média é sêlo de garantia para se ser invisível.

As mulheres reais, quase todas, enfim, nasceram para dar à luz a herdeiros, sendo que há umas quantas referências a doações ou lendas, mas quase só existiram para se saber que o rei não sei das quantas foi filho do rei X e da rainha Y, e não foi produção espontânea.

Quando tinham vontades ou opiniões, eram apelidadas de bruxas pelos escritores da História da altura, homens e, geralmente, com a função de monges: virgens, inexperientes e rebarbados, cof cof cof...

A nossa primeira rainha oficial foi D. Mahaut de Sabóia, chamada Mafalda, Matilde ou, como nos textos da altura, Mahalda, por falta de sinónimo na Língua Portuguesa.

Terá nascido em 1125, na zona de Sabóia e Piemonte, e era uma das filhas de Amedéé III , aficionado das cruzadas, e de D. Mahaut de Albon, Condes de Sabóia, Piemonte e Maurienne, que engloba os actuais Sabóia, na França, e Piemonte, em Itália.

Primeira rainha, que casou, obviamente, com D. Afonso Henriques. Crê-se que esta escolha possa ter sido algo polémica, mas muito lógica para os desejos de D. Afonso Henriques. Escolheu uma filha de Condes, o que significaria que era alguém de uma condição inferior mas, na verdade, ela era sobrinha do Rei de França, uma potência da época, e vinda de um reino distante. Em suma, D. Afonso Henriques escolheu alguém que não lhe ia dar dor de cabeça por ser 1) prima direita e 2) herdeira de um dos Reinos da Península Ibérica que estivesse à espera de oportunidade para deitar a unha ao recém formado reino de Portugal. E ter um sogro freak das Cruzadas era afirmar-se junto do Papa como inimigo dos Infiéis, que era requisito obrigatório para se estar na elite europeia.

O contrato de casamento foi elaborado quando ela tinha 12 anos e ele 30, mas o casamento só foi celebrado 9 anos depois. Obviamente, D. Afonos Henriques já se tinha afeiçoado anteriormente e tinha dois filhos de D. Chamôa Gomes, que era descendente dos Trava, viúva com 3 filhos, freira e, provavelmente, com uma vida particular bastante interessante; mas D. Afonso Henriques não podia casar com ela por motivos óbvios, a bem da independência do reino.

Também o conceito de casamento real era diferente. Até ainda há poucos anos se seguiam certas regras rígidas: o príncipe Harry escolher uma mulher mais velha e divorciada foi uma coisa impossível para o tio-bisavô dele, que foi obrigado a abdicar para casar, mas na Idade Média chegava a extremos.

Ninguém casava por amor. O casamento era um contrato comercial, para união de fortunas, territórios ou influências, e os noivos quase só se conheciam na data do casamento. Faz um bocado de confusão às nossas cabeças ver o conceito de relações na Idade Média com a lupa dos dias de hoje e ficamos escandalizados com a quantidade de reis que mijavam tantas vezes fora do penico mas, na altura, o casamento era um contrato, sexo era sexo, e o amor era uma coisa estranha, até porque as pessoas não tinham o hábito de se lavar na altura, e fazer uma tapeçaria de 8 por 8 para tapar aquela parede da alcáçova era mais excitante do que ver D. Afonso Henriques de ceroulas ("Oh, sim, 8 por 8, já estou a revirar os olhos de excitação!").

Em 12 anos de casamento, D. Afonso e D. Mahaut tiveram, pelo menos, 7 filhos, embora apenas 3 tenham chegado a adultos: Henrique (n.1147, f. 1155), Urraca (n.1148, f. 1211), Teresa (n. 1151, f. 1218), Mafalda (n.1153, f. 1162), Martinho, depois Sancho (n. 1154, f. 1211), João (n.1156, f. 1163) e Sancha (n. 24/Setembro/1157, f. 1167). Terão vivido no território da época, a norte do Tejo, mas provavelmente na zona entre o Douro e o Minho, algumas vezes em Coimbra e ao longo do rio Tejo, essencial para fortalecer a fronteira.

D. Mahaut criou os filhos ilegítimos do rei junto com os seus, prática comum para a época. D. Afonso Henriques teve mais filhos depois de enviuvar (ainda viveu mais 27 anos), mas não durante o casamento, o que dá a entender que era respeitador e que se terá portado bem.

Da personalidade da rainha, o pouco que se escreveu foi ou pela pêna dos escrivãos reais, que simplesmente a mencionam, ou um religioso de Coimbra, um tal de Padre Teotónio, que nunca tinha privado com um exemplar do sexo feminino na vida dele, e que a tomou de ponta porque ela embicou que havia de visitar os claustros, e ele dizia que não podia ser minha senhora, e apareceram umas quantas histórias em que ela era frustrada, infeliz, mal humorada e levava porrada do marido, e já se sabe que a Bíblia diz que as mulheres são enviadas pelo Demo. Isto são só teorias, é claro...

Outros relatos referem-se a doações e obras de caridade e religiosas, o habitual para as senhoras da classe alta da época, e uma lenda em que ela ia a passar no Marco e que lhe deram uma caninha para beber a água do rio sem tirar os costados da carroça e ela terá dito "guardem a cana, porque às vezes a cana é boa" e pimbas, Marco de Canavezes!

Morreu com apenas 32 anos (o que era óptimo para a época!), a 3 de Dezembro de 1157, alguns dias depois do parto da Infanta D. Sancha, em Coimbra, e foi sepultada em Santa Cruz, onde se foi juntar D. Afonso Henriques alguns anos depois.

Se ter filhos nos dias de hoje já não é fácil, em alguns casos, na Idade Média era uma roleta russa que nem sempre acabava bem, e era causa de morte de muitas mulheres.

Só alguns séculos mais tarde recebemos na nossa Casa Real outro elemento da Casa Real de Sabóia, D. Maria Pia de Sabóia, nascida em Turim em 16 de Outubro de 1847 e que casou com o Rei D. Luís.